A despedida

Fiz as malas, pus tudo o que podia, nunca tinha feito malas para sair, porque nunca sai. Corri para a foto da minha mãe, não sei bem porque, mas foi um impulso, comecei a chorar nesse instante, passado meia hora, de choro e de relembrar os momentos com a minha mãe pus a foto dentro da mala com muito jeito, como se fosse um cristal, para mim era a coisa mais perciosa que tinha.
Pus tudo dentro da mala, tudo muito drobradinho, como a minha mãe me ensinara. Quando fui buscar as minhas fotos de baixo da cama vejo uma carta, não fiz ídeia nenhuma do que era. Tentei alcançar e consegui por fim. Desdobrei com muito jeitinho, e comecei a ler, ao principio nao estava a perceber mas vi a assinatura e era a assinatura da minha mãe. O meu coração batia a mil, não conseguia parar de termer parece que estava cheia de frio, mas estava imenso calor.  Por fim consegui acalmar-me e li a carta. Esta dizia : Olá filha, sei que quando leres esta carta eu estarei longe, bastante longe, peço desculpas por não te ter dado oportunidade de te dar as respostas as tuas perguntas mas tive de me ausentar, por algum tempo não sei quanto. Lava sempre os dentes antes de te deitares. A única coisa que te posso pedir agora é que nunca em momento nenhum te magoes a ti própria, olha por ti porque só tu , escolhes o teu caminho. Finalmente vais para a cidade com a tua tia, o que sempre gosta-te e quises-te, não é pelos melhores motivos mas espero que te lembres do que teu te dizia e contava !
Adeus filha. Lembra-te que te Amo sempre, em qualquer lado. Da Mãe.
Fiquei parpelexa, nao consegui reagir, quase nem respirava, fiquei ali encolhida no meio do quarto. Passado algum tempo, comecei a pensar nas minhas perguntas e nas possiveis respostas dadas. Naquela altura nao percebi porque ela dizia para eu nao me magoar a mim própria, pensava que era impossivel, não percebi! E sei que agora tinha de contar só comigo porque só tinha a minha tia e ia demorar algum tempo a confiar nesta. No fim até fiquei contente por saber que a minha mãe estava bem.
Estáva quase na hora, dobrei muito bem a carta, e escondi na moldura da minha mãe. Ouço um carro apitar e uma pessoa a chamar-me , era a minha tia. Senti um aperto no coração de saber que não viria mais a casa onde sempre vivi e cresci. Ao abrir a porta deito uma lagrima cheia de tristeza. Ir para a cidade era tudo o que eu queria, mas queria ir com a minha mãe. Mas acho que no fundo nem queria ir, estava tão habituada a minha casa, aos animais, aos vizinhos não sabia como ia ser. Quando fecho a porta lembro-me da cascata, não podia ir embora sem me "despedir" da cascata. E lá fui eu a correr para a cascata. Fiz o meu nome numa rocha da cascata, será dificil de tirar. E deitei mais uma lagrima por fim...

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