De regresso á escola

O meu verão foi o melhor não tenho palavras para o descrever, fui á praia o qual nunca tinha ido, fui a concertos muitos concertos, aprendi a nadar, e fui feliz fui muito feliz, o Fred "tomava" conta de mim, a minha tia achava-o bom rapaz e muito meu amigo,e para além de ser mais velho 2 anos que eu , e a minha tia achava também que com ele eu esquecia os meus problemas, si realmente era verdade mas o que é verdade é que os problemas continuavam lá.
Como tudo o que é bom acaba o verão parece que passou a voar, e com isto a escola estava a começar, o Fred também era da minha antiga turma, passou, e ficou de novo na minha turma, fiquei muito contente e ele também! Com ele não havia discuções, não havia discordias, não havia nada, só felicidade e diversão.
Quando a escola começou, nos primeiros dias ninguém notou que eramos amigos, mas nos dias seguintes, pensavam que eu e ele namoravamos... Namorar é uma coisa que nunca me passou pela ideia, secalhar porque nunca tive apaixonada, e porque nunca pensei nisso e sinceramente nunca ia pensar.. Pensava eu ! Muita gente, já não gostava de mim então quando era a pessoa mais proxima do Fred, ainda mais inimigos tive, também já estava habituada mas não gostava ser olhada de lado, sim porque o Fred era muito giro, era mesmo lindo, e muitas, ou nenhumas das raparigas não conhecia o lado que eu conhecia, então ai é que iam achar que era o melhor rapaz da escola. Não me sentia convecida por ter um amigo como ele sintia-me mesmo surtuda, porque nunca tive amigos, e o que eu observava da escola, não era nada de especial eram só mentirosos, e frustados !
Já estava no 7º ano finalmente ! Sentia-me mais madura, mas continuava uma criançinha. Acho que me sentia mais madura por me sentir feliz e livre, as crianças ou pre-adulscentes em Lisboa têm muita liberdade o que nem sempre é bom. Por isso acabam por não conseguir aproveitar a adolscencia que é um periodo tão curto ! E garanto-vos que é muito mau não aproveitar !

Nivel superior

Aqueles dias tinham mesmo sido, de emoções fortes, o que mais me revoltava era que nao me tinha despedido da minha mãe não consegui lhe dizer tudo o que senti.
Nestes dias, recebi imensas mensagens do Fred como é normal que não tive cabeça para falar. Mas a minha tia via que eu precisava distrair-me, então perguntou quem tanto mandava mensagens, eu disse que era um amigo, ela ficou surpresa, porque sabia que nunca tinha amigos, então aconselho-me que seria bom sair e distrair-me para não ficar sempre a pensar no mesmo, ela disse uma frase que me deu força para avançar com o resto da minha vida : Tenho a certeza que a tua mãe, esteja onde esteja, ela quer o melhor para ti, e decerteza que não te quer ver triste e a sofrer, portanto avança ... As palavras dela fez um trobilhão de sentimentos na minha cabeça, então decidi mandar mensagem ao Fred, a dizer para irmos dar um pesseio a beira do tejo. De imediato recebi uma mensagem a dizer que estava optimo.
Então lá fui eu, no caminho para lá só pensava na minha mãe, para não variar, calada. Até esse dia ainda não tinha conseguido chorar, sentia-me tão estupida. Quando lá cheguei o Fred ainda não tinha chegado. Esperei ai uns 5 minutos e já o via além.
Começamos por falar da nossa noite, que foi muito divertida, e depois interrompeu a conversa para preguntar o porque de nunca me ter respondido as mensagens que ele enviava. Eu senti-me sem respostas ! A primeira vez na vida, eu não sabia se poderia confiar nele, se ele ia gozar  comigo, ou até se o ia chatiar. Passado uns segundos pensei que seria melhor contar, talz desabafar faria-me bem. Então contei o que se tinha passado, ele adimirava a forma como eu dizia as coisas, sentia que ele estava mesmo a dar interesse ao que eu dizia. Então quando eu acabei , disse por fim : Eu não consegui chorar nem reagir. A minha mãe morreu e eu nunca deitei uma lágrima. Ao mesmo tempo que disse isto, algo inedito acontece, sinto uma lagrima molhada, a derramar a minha pele, senti-me aleviada foi como se os meus problemas tivessem se evaporado. O Fred apenas disse que devia seguir em frente e que ele estaria ali para fazer não esquecer, porque ele não queria que eu esquece-se a minha mãe, mas distrair-me e divertir-me ele prometeu-me umas férias como nunca tive.
Continuamos a andar e falei da minha vida quase toda, e ele da dele, partilhei coisas que nunca pensava que ia partilhar com ninguém. E entretanto sem dar por isso já tinha percebido que os amigos, são sempre precisos.

Não ouvi, não falei, não vivi

Por estranho que pareça permanecemos calados, o caminho até a minha casa, não sei porque. Eu pensava no espetacular que tinha sido a minha noite, de quanto eu me diverti com ele, secalhar não é tão mau assim ter amigos, ou pelo menos um amigo! Ele também parecia feliz e pensador, será que estava a pensar na nossa amizade e na noite que tivemos, ou estava a pensar em como se livrar de mim, não sei bem o que pensava mas sei que estava feliz e nada podia estragar a minha noite, achava eu.
Quando chegamos á porta da minha casa, olhamos um para o outro sem palavras, ou sem poucas palavras que andamos para lá e para cá e não diziamos nada , até que consegui dizer uma frase compreesível, disse que tinha gostado imenso da nossa noite, e secalhar não e má a ideia de ficarmos amigos. Ele ficou com um brilho nos olhos esquisito e viu-se qe ficou feliz. Paguei a minha parte e fui embora. Comecei aos pulos e gargalhadas quando o taxi virou a esquina, estava mesmo feliz ! Abri a porta de casa com muito cuidado, as minhas mãos tremiam de tanta euforia, entro tentado não fazer barulho, mas a minha tia estava á minha espera no sofá disse que precisavamos de falar urgentemente. E eu disse que sim podia ser ia só vestir o pijama, quando chego á sala, a minha tia esta lavada em lágrimas sem conseguir falar. Eu fiz-lhe um chá de camomila e ela conseguiu-se acalmar, quando estava mesmo calma começou a falar : Rita o que eu te vou dizer é muito grave e tens de ser forte, sabes que me tens a mim, e eu não sou tua mãe mas posso agir como tal. Quando disse isto precebi que tinha haver com a minha mãe, estava mesmo a ficar nervosa eu, o meu coração batia a mil á hora. E eu disse para continuar : Rita quando voltei a casa a seguir a te ir pôr á festa , uns inspectores estavam aqui a porta de casa e deram-me uma informação muito triste . Rita ... a tua mãe...  (aqueles segundos foram eternos, não conseguia reagir, só tremia ) a tua mãe faleceu, num acidente enorme, em Paris. Lamento que não te possas ter despedido dela. 
O meu mundo desabou, eu não reagi, não chorei, não gritei, não fiz perguntas, apenas o meu corpo estava e plena condesação, tinha um calor prefundo, parecia que ia explodir. É dificil falar disto, mas é uma parte da minha vida que não posso eliminar. A minha tia também estava muito nervosa, chorava imenso, eu não conseguia chorar, não sei explicar porque, mas ..
Aqueles dias não pronunciei uma palavra, no funeral da minha mãe, também não consegui chorar, não falei, não conseguia. Após alguns dias, recebo uma ajuda que nunca pensava ter.

Cheira a felicidade de novo

Até que um toque me supreende, e uma voz conhecida me pergunta se estou a gostar! Eu em seguida olho para traz e ... era o rapaz a quem perguntei a informação da secretaria ele era da minha turma, e chamava-se Frederico, mas toda a gente o conhecia por "Fred". Entretanto respondi, que sim, estava a ser divertido. Tivemos 5 minutos de conversa, e estava-me a sentir bem a falar com ele. A meio da conversa ele, pediu-me para dançar, eu não sabia dançar, tava mesmo nulo! Fiz uma voz envergonhada, e disse que não sabia dançar, ele disse que também não fazia mal, até porque ele também não sabia dançar. Então lá fomos nós fazer uma expriência. Tocava uma musica romântica e calma, senti aquilo um bocado romântico mas enfim, continuamos. Foi então que ele me sussurou ao ouvido e disse o seguinte : -Estás linda, Rita. Aliás tu és linda, sei que nunca tive oportunidade de te dizer, mas acho-te uma rapariga encantadora e muito diferente das raparigas do colégio, eu gosto muito de ti e espero que pedessemos passar mais tempo juntos para nos conhecermos melhor. Aquelas palavras infiletraram-se no meu cérebro, nunca mais as esqueci. Passado uns sengundos eu respondi : Nunca tive amigos, não sei se serei uma boa amiga! E ele respondeu com uma voz doce e delicada : senão tentarmos nunca saberemos, tenho a certeza que serás, eu também não tenho muitos amigos, aquilo que tenho são apenas conhecidos. E eu disse que estava bem, inicio-se ai um novo ciclo, ele foi o primeiro candidato a amigo, mas tinha medo, de o magoar a ele ou mesmo a mim, nunca tive amigos não sei como era.
Passamos a noite toda a dançar até cansar, acho que aprendi a dançar só naquela noite, foi a noite mais divertida da minha vida, pensava na minha mãe e nos jantares á luz das velas, e da aldeia e no que estou e sou agora, sinto-me feliz talvez não tanto quando tinha a minha mãe comigo mas sentia-me bastante feliz, acho que ja me tinha habituado á ausencia,. Só faltava mesmo a minha mãe, mas .. Não percebo porque nunca me procurou, nunca mandou uma carta, se ela sabia onde estava agora..
A festa tinha acabado e já estava tarde, ia apanhar um táxi, quando me ia despedir do Fred, ele disse que era muito perigoso, ir para casa sozinha, disse que não era preciso, mas ele insistiu e foi comigo..

Conhecimento

Desde que adoptei esse estilo, as pessoas aproximaram-se mais de mim, ao principio nem percebi porque, mas mais tarde conheci mais um defeito das pessoas da minha escola, elas só se interessaram por mim porque eu tinha um estilo diferente e enovador, porque já não usava aquelas roupas de lã, e as saias, e dispensei as tranças. Começaram a convidar-me para festas, que eram ilegais, ocorridas num armazem, abandonado. Eu sabia bem de que eram feitas essas festas e nunca tencionva ir a nenhuma, por enquanto..
Passado um mês já bastantes pessoas tinham o mesmo estilo que eu, era mesmo mau digo-vos!
Bom entrentanto já me começaram a conhecer, já sabiam quem era a Rita Ferreira, não gostei muito da ideia, mas não podia fazer nada. Continuava sem querer ter amigos, eram todos falsos, bom pelo menos quase todos, podia haver um ou outro que fosse sincero mas continuava a falar o indespensável, esse era um vicio, a minha parte social não estava muito moldada.
A escola estava a acabar, e ia haver uma festa de encerramento do ano lectivo. Andei a pensar se deveria ir , e decidi ir! Decidi ir a uma festa algo do outro mundo!
Chegou o dia da festa e quendo lá cheguei estava a abarrotar, a minha tia arranjou-me muito bem, estava linda sem exagero. A festa estava a ser divertida apesar de estar sozinha, mas por pouco tempo.

Um novo período

Quando a palavra ia sair da minha boca, tocou no mesmo instante, dei meia volta e fui para a sala, senti que aquilo os fazia felizes não sei porque mas senti que não era uma coisa má, mas má ao mesmo tempo.
Os meus dias foram passados muito reservadamente, não tinha amigos nem falava com ninguém, mas gostava de ir a escola só para ver o quanto bonito é a amizade, e o quanto feio é a falsidade, apesar de ter quase 12 anos, via-a muita coisa que mais ninguém via porque estavam ocupados com os seus mundinhos, cor de rosa e outros cinzentos. Eu passava os dias a ver falsidade atraz de falsidades, muitas amizade, que eram estragadas com essas falsidades, muitos roubos, que eu sabia sempre quem era, mas demoravam imenso tempo para perceberem que tinha sido realmente, ás vezes nem se descobria, quem era. Não estava a par desta parte do mundo, secalhar porque na minha aldeia não havia isto porque as pessoas não era falsas e frustradas como cá em Lisboa. Mas decidi que não tinha nada haver com isso, sempre me sube por no meu lugar, e a não julgar os outros porque um dia podia ser eu.
Passou-se o 2º periodo já tinha 12 anos, a minha rotina continuava a mesma, mas já tinha respeito, conhecia toda a gente da escola, apesar de ninguém saber quem era a RITA FERREIRA mas também não me importava muito. Entrei num novo periodo da minha vida, as roupas, o cabelo etc.. Um dia pedi a minha tia para ir as compras comprei imensa coisa gira, desde brincos, a colares, desde calsas, a camisolas, era tudo muito hippie, adorova como eles se vestiam , e queria me vestir tabem assim, o meu cabelo também ficou muito giro, fiz a minha primeira rasta ai... estava completa. Apesar de sentir a falta da minha mãe, a minha tia era muito fixe, mas a minha mãe era a minha mãe ...

Um novo mundo

A escola estava quase a começar, não sabia gerir os meus sentimentos, não sei se me sentia feliz por ir conhecer gente nova ou assustada pelo mesmo. Nunca tive amigos e tinha medo de os ter e me magoar, não sei porque pensava assim mas era o que pensava desde cedo.
Finalmente chegou a escola, sentia-me mesmo muito ansiosa, sentia um nó na garganta e no estômago, nunca me senti insegura de nada mas enfiim, a minha tia fez-me umas tranças perfeitas, o meu cabelo era longo e louro, eu achava-o lindo,  a minha mãe penteava-o muito bem quando iamos a missa, ja tinha saudades das vezes que me penteava o cabelo.
A minha tia foi comigo até ao portão da escola, compos-me e lá fui eu com as minhas pernas meio a tremelicar, engoli em seco e perguntei a sala do 6º ano, disseram-me e prossegui com o meu andar ansioso. Finalmente estava perto da sala, aqueles segundos pareciam eternos, nunca mais chegava á porta. Finalmente cheguei bati a porta com a minha suavidade e perguntei se podia entrar, respondeu uma voz firme e rija que sim.  Sentei-me no lugar mais longe e reservado dos outros alunos, senti que me olhavam de alto a baixo com um olhar desconfiado e esquisito . Mas ignorei, quando acabou a aula, dirigi-me ao parque, onde se encontrava um panorama que eu nunca tinha imaginado, estavam alguns rapazes da minha turma e também algumas das raparigas, com coisas esquisitas na mão, deitava fumo e um cheiro agradavel, mas enjoativo naquela altura não fazia ideia do que era aquilo , e quando olhei para o lado vi uma rapariga e um rapaz aos beijos, um bocado intesso demais para a idade deles. Fiquei paralizada , mas finalmente percebi que estava a mais, quando faço uma meia volta, ouço chamarem "oh rapariga das tranças" e o meu cerebro começou a trabalha a 1000 á  hora, pensei que não era eu mas pensei também que não havia ninguém com tranças ali. Eu parei, e mais uma vez ouvi "sim és tu és" olhei para traz e vi um rapaz , a dirigir-se a mim, a cara dele não me era estranha, pensei , pensei, e cheguei a conclusão que era aquele rapaz que me ajudou a ir para a secretaria. Aproximo-se de mim e perguntou se não me queria juntar a eles, eu imediatamente fiquei sem respostas, mas ...

O recomeço

Foi então que ... os meus pensamentos foram interrompidos pela minha tia , chamava-me para ir Jantar ! E lá fui jantar. Passado uns dias eu já estava habituada aquela vida diferente, mas sentia imensas saudades a minha mãe...
Como o verão estava a acabar eu tinha de ir para as aulas. Quando me fui matricular, achei a escola um bocado estranha, era grande e com formas anormais, e com uma cor esquisita, muito diferente daquilo que estava dentro dos meus limites, mas até gostei. A escola era tão grande que quando fui a casa de banho me perdi num dos corredores, foi então que vi um rapaz com  uma estrura média, meio louro e mais ou menos da minha altura. Com a minha voz baixa e envergonhada como sempre, as vezes parecia que tinha medo da cidade, foi então que lhe perguntei : - Sabes onde é ... (não sabia o nome da secretaria mas lembrei-me de "secretária") a secretária?!
O rapaz riu-se na minha cara mas percebeu logo que eu era saloia e deu o desconto! Fiquei um pouco envergonhada mas, disse obrigada, num tom forte e independente! Até eu virar o corredor ele ficou a olhar, só percebi porque anos depois, mas esqueci isso, fui até a secretaria e vi a minha tia. Era só preciso eu dar o meu bilhete de identidade, para acabar a inscrição, mas eu nunca tive isso nem sabia o que era por isso dei a minha certidão de nascimento.
Quando saimos de lá  fomos logo fazer um bilhete de identidade não percebia porque era tão importante mas enfim. Eu achava sempre que os adultos é que sabiam e percebi de uma drástica maneira que sim!
Chegamos a casa, estava muito cansada mas estava cheia de energia, a ida a escola, conhecer novos ares e isso tinha-me feito bem, portanto fui para o baloiço. O baloiço era como se fosse a cascata na minha aldeia, era onde eu chorava, ria, sonhava, pensava ... ect.
Neste instante enquanto tava no baloiço a minha tia chega , e começamos a falar de variadas coisas, e perguntou se eu sabia o que era um computador, eu nunca tinha ouvido falar em tal coisa, foi então que ela me disse : - Então anda vamos comprar uma coisa!
Eu não queria que a minha tia gastasse dinheiro comigo mas quando eu percebi o que ela tinha comprado já era tarde demais, ela ja tinha comprado! Comprou-me um computador, estava feliz, porque tinha algo meu e muito enovador.
O computador foi algo que me entreteu até começar a escola .

O meu pequeno mundo expandiu-se

Estava na hora de ir embora, a vontade não era nenhuma mas tinha de ser. Dissse adeus a tudo, tecnicamente tinha me despedido de tudo mas na minha cabeça ainda não tinha aceitado essa despedida!
Pus-me dentro do carro , pedi desculpa pelo atrazo a minha tia. O carro dela era super giro, ela fez-me imensas perguntas eu só dizia "sim!" e "não!" acho que a minha tia compreendeu o meu silêncio, porque a metade do caminho parou com as perguntas, venerei isso, por ela me compreender. Pelo caminho vi coisas lindas, que nunca tinha visto por exemplo telemóveis, na aldeia só havia telefones fixos. Passei pela praia também nunca tinha visto nenhuma, só nas fotografías da minha mãe. E fiquei encantada pelo centro comercial,  não sabia o que era mas era enorme e lindo. Finalmente chegamos a Lisboa. A minha tia vivia numa rua cheia de vivendas, com belos jardins, e cores lindas. Estava encantada com o sucedido, queria ver mais, aquilo foi a única coisa que me fez esquecer a minha mãe!
Passado aquilo tudo a minha tia nota que estou encantada com aquilo tudo e pergunta com uma voz doce e suave, como se fosse para não me magoar : - então gostas? É aqui que vais viver, espero que gostes - perguntava isto enquanto tirava a chave do carro e abria a porta deste !
Eu respondi com uma voz baixa e envergonhada : - sim tia gosto bastante !
A minha tia era um bocado trapalhona, enquanto tentava encontrar a chave na mala eu dava voltas e voltas a olhar em redor, para o céu, para as árvores, para os carros, aquilo ali era mesmo diferente.
A minha tia encontrou a chave por fim, entramos em casa! Não era nada do que tinha imaginado, aquilo para mim era um palácio, cheio de cores, luz  era um sonho. Estava parpelexa. A minha tia convidou-me entao a mostrar a casa, todas as divisões eram lindas como o hall da entrada ! A minha tristeza estava a ser encobrida por estes instantes! A minha tia disse que eu podia ir para o baloiço brincar, enquanto ela arrumava as minhas coias, eu não percebi, o que quiz dizer com "baloiço" porque nunca tinha ouvido falar em nenhum. Então ela riu-se e disse-me o que era e lá fui eu para o bailoço. Andava para traz e para a frente a ver o azul do céu e a pensar onde estaria a minha mãe..
Foi então que ...

A despedida

Fiz as malas, pus tudo o que podia, nunca tinha feito malas para sair, porque nunca sai. Corri para a foto da minha mãe, não sei bem porque, mas foi um impulso, comecei a chorar nesse instante, passado meia hora, de choro e de relembrar os momentos com a minha mãe pus a foto dentro da mala com muito jeito, como se fosse um cristal, para mim era a coisa mais perciosa que tinha.
Pus tudo dentro da mala, tudo muito drobradinho, como a minha mãe me ensinara. Quando fui buscar as minhas fotos de baixo da cama vejo uma carta, não fiz ídeia nenhuma do que era. Tentei alcançar e consegui por fim. Desdobrei com muito jeitinho, e comecei a ler, ao principio nao estava a perceber mas vi a assinatura e era a assinatura da minha mãe. O meu coração batia a mil, não conseguia parar de termer parece que estava cheia de frio, mas estava imenso calor.  Por fim consegui acalmar-me e li a carta. Esta dizia : Olá filha, sei que quando leres esta carta eu estarei longe, bastante longe, peço desculpas por não te ter dado oportunidade de te dar as respostas as tuas perguntas mas tive de me ausentar, por algum tempo não sei quanto. Lava sempre os dentes antes de te deitares. A única coisa que te posso pedir agora é que nunca em momento nenhum te magoes a ti própria, olha por ti porque só tu , escolhes o teu caminho. Finalmente vais para a cidade com a tua tia, o que sempre gosta-te e quises-te, não é pelos melhores motivos mas espero que te lembres do que teu te dizia e contava !
Adeus filha. Lembra-te que te Amo sempre, em qualquer lado. Da Mãe.
Fiquei parpelexa, nao consegui reagir, quase nem respirava, fiquei ali encolhida no meio do quarto. Passado algum tempo, comecei a pensar nas minhas perguntas e nas possiveis respostas dadas. Naquela altura nao percebi porque ela dizia para eu nao me magoar a mim própria, pensava que era impossivel, não percebi! E sei que agora tinha de contar só comigo porque só tinha a minha tia e ia demorar algum tempo a confiar nesta. No fim até fiquei contente por saber que a minha mãe estava bem.
Estáva quase na hora, dobrei muito bem a carta, e escondi na moldura da minha mãe. Ouço um carro apitar e uma pessoa a chamar-me , era a minha tia. Senti um aperto no coração de saber que não viria mais a casa onde sempre vivi e cresci. Ao abrir a porta deito uma lagrima cheia de tristeza. Ir para a cidade era tudo o que eu queria, mas queria ir com a minha mãe. Mas acho que no fundo nem queria ir, estava tão habituada a minha casa, aos animais, aos vizinhos não sabia como ia ser. Quando fecho a porta lembro-me da cascata, não podia ir embora sem me "despedir" da cascata. E lá fui eu a correr para a cascata. Fiz o meu nome numa rocha da cascata, será dificil de tirar. E deitei mais uma lagrima por fim...

A mudança

Como era verão não havia escola, aproveitei para ir fazer uns trabalhos para casa, na aldeia não havia praia, havia a cascata que era para lá que ia quando os dias de calor eram enormes.
Chegou a hora de almoço e a minha mãe ainda não tinha chegado. O meu pai abandonou-nos quando eu nasci, sempre tive um grande desejo de saber quem era mas no entanto sinto-me revoltada por ele nunca se interessar por mim. Afinal tenho o sangue dele !
Bem fui a vizinha ver se ela tinha deixado um recado pra mim mas não! Fui até à padaria também não estava, comecei a ficar preeocupada. Não estava a ver onde ela estava!
E foi ai que me deu um aperto enorme no coração, não liguei porque eu queria era a minha mãe, fui a casa de toda a gente ninguém a tinha visto ...
Passaram-se dias e dias e a minha mãe nunca deu sinal de vida, senti imensa falta dos beijinhos dela, e dos abraços, das histórias que contava com aquele brilho nos olhos, como se estivesse a sentir, o que estava a dizer. Fez-me bastante confusão a ausência dela. A minha mãe desapareceu e eu não tive oportunidade de me despedir dela ... passei noites a chorar perto da cascata. Porque no fim a minha mãe fez o mesmo que o meu pai. Nos dias que se seguiram, vestia sempre cores neutras para demonstrar a minha tristeza e solidão. Neste periodo eu tinha 10 anos.
Entretanto como não tinha familia na aldeia, tive de ir para a minha tia, só me lembro vagamente dela de um jantar quando tinha 5 anos, lembro-me que era bastante orgulhosa, e bastante sociavel ,até joguei a macaca com ela, chamava-se Joana, foi a primeira pessoa que me chamou "Tita". O que gostei bastante, ela vivia na cidade, portanto tive de me mudar para lá, pensava várias vezes como seria, mas nunca tive coragem de conseguir mesmo imaginar ... 

O começo

Vivi muito tempo na adeia do **** , deram-me o nome de Rita... Rita Ferreira.  Era uma "saloia" não sabia o que era uma cidade porque nunca tinha ido a nenhuma. Era a melhor aluna da classe, eu queria ser a melhor em tudo, estudava imenso. Ainda hoje quero ser a melhor em tudo, mas agora percebo que não se pode ser o "melhor" porque não existe, melhor !
O meu mundo era tão pequenino eu so conhecia o foclore transmontano, só conhecia as vacas e as ovelhas da minha vizinha, só conhecia o meu mundo. Aquele mundo pequenino ! Lembro-me de implorar vezes sem conta a minha mãe para ela me mostrar mais, ela dizia apenas " não queiras conhecer, o que te faz mal", eu ficava bastante zangada, e lá ia eu a resmungar para a cascata . Era lá que eu passava a maior parte do tempo, a imaginar o infinito do céu, e o cheiro do prefume das rosas. E ali pasava eu horas e horas, não tinha amigos, eles achavam que eu era uma seca, mas sinceramente nunca percisei de amigos, secalhar porque nunca os tive. Divertia-me sozinha , no meu pequeno mundo, por enquanto!
Acordei num dia de verão, no meu colchão feito de palha e algodão, a ouvir o canto dos passaros, levatei-me passei as mãos pelos olhos. Fui no entanto a casa de banho , tomei um duche, e fui-me vestir. Achei estranho não ver a minha mãe, ela custamava sempre ir dar-me um beijinho de bom dia antes de ir fazer pão pra vender no dia seguinte. Mas tambem não dei muita importância.
De seguida fui até a cozinha comer o meu pão matinal com a minha geleia de laranja !